Análise da reportagem
A matéria produzida pelo programa Caminhos da Reportagem da TV Brasil pauta as consequências trazidas pelo Caso Escola Base após vintes anos. O acontecido não só causou grande impacto na vida das vítimas das falsas acusações, mas também na visão hegemônica que se tinha dos sistemas de comunicação no Brasil. A postura da mídia diante o caso despiu algumas de suas falhas revelando a verdade por trás das câmeras; a antiética, principal característica presente na briga dos meios de comunicação por audiência, e seu foco direcionado à prestação de serviço ao mercado ao invés da elaboração de conteúdo de qualidade para seu público.
Segundo o artigo 7 do código de ética do SJSP ( Sindicado dos Jornalistas de São Paulo), “o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação”. Qual verdade estava sendo divulgada pela mídia durante as investigações do caso? Houve realmente uma apuração concisa dos fatos?
Ao analisar o ocorrido sob a ótica da teoria do enquadramento pode-se concluir que a maioria dos meios de comunicação escolheu o lado dos acusadores, ou seja, a versão de duas mães e do delegado para reportar a história, exercendo grande influência sobre a forma como a sociedade se posicionava diante à notícia. Quem em 1994 iria refutar uma notícia exibida no Jornal Nacional? O mesmo programa chegou a sugerir atividades como o consumo de drogas e contaminação do vírus da AIDS por parte dos acusados pelo crime de pedofilia. O jornal Diário Popular foi o único que não se colocou sobre ocorrido e somente a TV Cultura ouviu os dois lados durante as investigações.
A mídia brasileira preferiu alimentar o crime, continuar tendo pauta em sua agenda do que questionar à realidade e exercer sua real função. Afinal, o que realmente os preocupava é quem publicava em primeira mão o furo de notícia, tampouco importava a qualidade do material ou o que ele