Análise da redução do ipi no setor automotivo
O ano de 2011 foi histórico para o setor automobilístico no Brasil. O país comemorou a venda de 3,63 milhões de unidades, recorde para o período de um ano e 3,4% superior ao número alcançado no ano anterior. Porém no início de maio de 2012, os números da indústria automotiva levantaram uma bandeira amarela. Segundo a Fenabrave, a queda de 9,95% nas vendas de abril de 2012, comparada com o mesmo mês do ano anterior, foi causada pelo aumento da inadimplência e dificuldade na concessão de crédito. O resultado desta queda foi a redução da estimativa de crescimento de 5,76% para 3,4% no ano de 2012. No dia 21/05/2012, o governo anunciou a redução do IPI, o que, segundo o Ministro da Fazenda Guido Mantega, reduziria os preços dos carros em aproximadamente 10%. A medida valeria até 31/08/2012, resultando em uma renuncia fiscal de R$ 2,1 bilhões. O Governo anunciou também a liberação, por parte do Banco Central, de R$ 18 bilhões em crédito compulsório visando o financiamento da frota de veículos. O resultado da medida foi a explosão de vendas no mês de junho, considerado o melhor mês de junho de todos os tempos, com média diária de venda de mais de 18.000 veículos e alta de 24,18% em relação ao mês de maio. Na prática, a medida colocou o setor em rota de crescimento novamente, crescimento este baseado na renuncia fiscal por parte do Governo Federal. Segundo Luiz Bicalho, Diretor da Delegacia Sindical Rio de Janeiro do SINDIFISCO NACIONAL, em três anos e meio, esta renuncia fiscal já alcança a marca de R$ 26 bilhões para o setor automotivo. A indústria alega que neste mesmo período enviou para o exterior U$ 14,6 bilhões a título de juros e dividendos. Este montante corrigido pelo valor médio de U$ 1,00 valendo R$ 1,70, equivale a R$ 24,6 bilhões. Na prática, o incentivo fiscal foi remetido para o exterior no intuito de manter as matrizes das montadoras. Outro efeito da medida tem sido a demora na entrega de alguns modelos,