Análise da personagem Juliana do livro O Primo Basílio de Eça de Queirós a partir da seguinte frase: “Ela nunca se acostuma a servir”
Nome: Leonardo Luís dos Santos
Análise da personagem Juliana do livro O Primo Basílio de Eça de Queirós a partir da seguinte frase: “Ela nunca se acostuma a servir”
Explicação De acordo com esta frase, é possível traçar o verdadeiro perfil de Juliana, a empregada chantagista. De personalidade forte e com vontade de fazer parte da corte da época, Juliana carrega dentro de si uma mágoa muito forte e inveja das moças de boa família. Por ser doente, feia e muito magra, a personagem, de acordo com o contexto social da época, só poderia servir como empregada, e assim foi feito. Mas como fazia tudo à contra gosto, esta jamais se acostumara com a condição que ocupava. Era sempre muito “trágico” para Juliana limpar, cuidar da casa, se desfazer das águas de uso, etc. Esta frase explicita toda a vontade dela, que fora criada após um pequeno deslize de Amélia, que sempre deixava as cartas recebidas por Basílio e suas roupas.
Um dia enquanto Juliana recolhia as roupas para serem lavadas, viu em um dos bolsos uma carta destinada à Amélia assinada por Basílio, por motivos matrimoniais, Amélia não poderia se casar com Basílio; começa aí a vingança de Juliana. De acordo com o sentimento da frase, Juliana se viu na condição de realmente mandar e ostentar algo pelo qual a valorizasse, ela simplesmente chantageia Amélia e a coloca para fazer os serviços da casa. Como a moça era frágil e quieta foi definhando até a morte e Juliana enfim conseguiu se vingar do fato de ser a eterna doméstica. Eça de Queirós, com muita perícia sintetiza a personagem central em apenas uma frase. Fazendo um paralelo com a realidade, vemos várias pessoas que não se contentam com a própria colocação e, para terem uma vida melhor são capazes de tudo. Isso que fez Juliana, de forma sórdida e cruel. O realismo possui esta característica: de expor todos os defeitos das pessoas em personagens fictícios com fortes aspectos reais.