Análise Crítica Introdução Marxismo

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Introdução crítica à Introdução ao Marxismo
ENLACE PARA OUTRA SOCIEDADE

A Introdução ao Marxismo de Ernest Mandel foi e continua sendo, para muit@s militantes, um livro de referência.
Trinta anos depois, Daniel Bensaïd reavalia uma das obras mais lidas de Mandel.
A primeira edição pela Fundação Léon Lesoil desta Introdução ao Marxismo data de 1974. A data não é sem importância.
Depois do “choque do petróleo” de 1973, Ernest Mandel foi, sem dúvida, um dos primeiros a diagnosticar o esgotamento dos “trinta gloriosos”[1] e a prognosticar a inversão da onda longa de crescimento consecutiva à guerra mundial[2]. Os debates no seio da esquerda e do movimento operário europeus continuavam marcados pela ilusão de um progresso ilimitado garantido por um compromisso keynesiano e um “Estado de Bem-Estar”. Esta visão otimista do desenvolvimento histórico nutria na esquerda parlamentar e nos aparelhos sindicais a esperança de um socialismo a passo de tartaruga, respeitador das instituições existentes enquanto esperava que a maioria política terminasse por se juntar à maioria social, em países onde — como a maior greve geral da história tinha ilustrado em maio de 1969 — o trabalho assalariado representava, pela primeira vez, mais de dois terços da população ativa.
A Introdução de Mandel não é, portanto, um texto fora do tempo. Se ela tem valor, ainda hoje, por suas qualidades pedagógicas na apresentação da gênese do capitalismo, do funcionamento da economia, das crises cíclicas, do desenvolvimento desigual e combinado, etc., ela não deixa de ter uma dimensão polêmica, da qual algumas idéias essenciais foram amplamente confirmadas pelos trinta anos decorridos desde sua redação:
·
A lógica do capitalismo não tende a uma redução progressiva das desigualdades, ou mesmo à sua extinção. Se estas desigualdades pareceram declinar no período do

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