Análise crítica do poema Voz do Poeta de Fagundes Varella
Fagundes Varela foi um importante poeta romantista brasileiro integrante da Segunda Geração. Segundo Sabrina Vilarinho, graduada em Letras e pertencente à equipe do site Brasil Escola, há um momento na vida de Fagundes Varela em que suas obras tomam um caráter religioso.
Podemos entender de sua obra dois momentos distintos: o primeiro, voltado a temas como a morte, a abolição da escravatura e o patriotismo; o segundo, pela influência religiosa. Esta última fase foi quando o poeta perdeu pessoas queridas e encontrou refúgio e redenção para sua angústia na religião. (VILARINHO; SABRINA, Fagundes Varela. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/literatura/fagundes-varela.htm>. Acesso em: 4 abr. 2015)
Considerando tal afirmação, esse texto tem como finalidade analisar o poema “Voz do Poeta” de Fagundes Varela que pode ser compreendido como integrante da fase onde suas obras contém certa religiosidade. Será também relacionado alguns pontos do poema à características da Segunda Geração Romântica, à qual o poeta é classificado.
O poema retrata desde seu início a religiosidade do eu lírico. Na primeira estrofe ao dizer “Perdão, Senhor meu Deus! Busco-te embalde/ Na natureza inteira! O dia, a noite,/ [...] Mas eu sinto-te o sopro dentro d’alma!” (VARELA), o eu lírico diz que buscou a presença de Deus na natureza, o que foi em vão, uma vez que ele percebeu que Deus estava dentro de si.
Na segunda estrofe temos caracterização desse Deus como onipresente e onipotente, adjetivos que são apresentados pelo eu lírico a partir de passagens como “Presente em toda a parte, e em parte alguma,/ [...] Moves potente a criação inteira!” (VARELA), respectivamente. Anda na segunda estrofe, o eu lírico reflete como para ele não é necessário ver Deus para sentir sua presença, através da passagem “Se não posso adorar-te face a face,/ Oh! Basta-me sentir-te sempre, e sempre!” (VARELA).
Na terceira, e última, estrofe, o eu lírico