A História do Sal
“Em todas as sociedades o sal ganhou um valor que excedia em muito o contido em suas propriedades naturais” Salt – A World History, Mark Kurlansky
Por mais que pareça tão trivial a presença de um saleiro na mesa duante uma refeição, pode ser curioso pensar que no passado ela era motivo o suficiente para começar guerras. Em um mundo sem geladeiras, o método mais eficiente para conservar carnes era salgando. A possibilidade de desastres e o deleite gastronômico não eram as únicas motivações para salgar carnes: exércitos, navios, castelos e caravanas de viagem; de reis a comuns o sal é essencial para o armazenamento deste tipo de alimento.
Ilustrações da Pré-História apontam o uso de sal pelo homem para salgar alimentos, mas foi a partir dos chineses que essa atividade foi pensada em maior escala, posteriormente, todos os grandes povos costeiros da Antiguidade dominavam a extração de sal, o motivo para tal é de que por muito tempo a única forma conhecida de sua obtenção era através do aquecimento da água do mar em uma vasilha. Mas sem dúvida, foi durante a República Romana que o sal adquiriu proporções nunca antes vistas.
Graças à sua riqueza aliada a capacidade de realizar grandes projetos, os romanos estabeleceram um grande e lucrativo comércio no Mediterrâneo, resultando nas guerras contra Cartago na disputa pelo monopólio comercial e consequentemente, a destruição, terraplanagem da cidade. Os romanos eram tão soberbos ao ponto de salgar toda a terra por onde a cidade se fundava, para que nunca mais nada pudesse crescer naquele lugar. Uma das principais estradas que levavam a Roma, a Via Salária, era a rota onde as caravanas traziam o produto para a capital. Palavras latinas como salário, soldo e salada tiveram sua origem nesta cultura. “Sal para todos”, era o lema dos senadores romanos. Estes subsidiavam seu preço para garantir que os plebeus tivessem acesso a ele. A ausência do saleiro numa mesa romana era um sinal de inimizade.