Análise crítica do filme “O Óleo de Lorenzo”
Camila Lago Barros¹
O filme “O Óleo de Lorenzo” (direção de George Miller, 1992), retrata a história de um garoto, de seis anos de idade chamado Lorenzo, que sofre de uma doença incurável chamada Adrenoleucodistrofia (ALD), uma doença degenerativa do cérebro decorrente da metabolização deficiente dos ácidos graxos.
No decorrer do filme podem-se observar vários elementos que mostram um processo de apropriação do conhecimento através da pesquisa científica. Para Luckesi e Passos (1996, p.16), há quatro elementos considerados fundamentais para a compreensão de uma realidade: um sujeito, um objeto, um ato de conhecer e um resultado. Neste longa metragem, encontram-se presentes estes quatro elementos. Pode-se afirmar que o “sujeito” são os pais de Lorenzo que procuram compreender e estudar a doença que acomete o menino, passando esta a ser o “objeto” de estudo. O “ato de conhecer” é todo o processo que os pais de Lorenzo efetuam através de variados recursos, principalmente pesquisas, a fim de encontrar uma lógica sobre a realidade do objeto. Ao longo da trama é realizado todo um esforço metodológico para desvendar a doença do garoto. O “resultado” é justamente o conhecimento adquirido com o processo das pesquisas, análises e experimentos.
A apropriação do conhecimento utilizado para se chegar à lógica central do estudo foi a apropriação direta. Luckesi e Passos (1996, p. 28) explicam que a apropriação direta ocorre quando o sujeito tem à sua frente uma realidade desafiadora e nisso há um esforço para compreender o sentido daquela realidade. E isso fica evidente durante o filme, quando o casal Odone, pais de Lorenzo, encabeçam uma jornada científica, procurando pesquisar a fundo sobre a doença: pesquisam em bibliotecas, anotam dados, fazem experiências (como a ministração do óleo de Lorenzo), ouvem a opinião de especialistas, sempre construindo sua compreensão de forma disciplinada e utilizando-se de uma metodologia de