Análise: Babo Maria Augusta - Tecnologias Literatura
O fechamento narrativo e o suporte livro
Narrativa organiza em sequência temporal segundo um princípio de causalidade. Nesta medida, as narrativas são meras máquinas de ordenação do tempo e de encadeamento do acontecimento. Uma história não será outra coisa senão o resultado desta técnica narrativa. Mas um determinado livro, embora seja portátil, apenas ele se move e não o seu texto.
O (hiper)-texto transborda o livro
A narrativa tem os seus limites, mas também o livro os tem. A experimentação dos limites revelou-se nos novos dispositivos tecnológicos. Misturando textos com imagem, som, etc. A escrita encontra-se assim numa hibridação, isto é, numa explosão de fronteiras.
A internet tem acabado por mexer nas instituições literárias, devido ao facto das novas tecnologias possibilitarem uma mudança social e até novos movimentos literários.
O hiper-texto surge como conceito para uma tecnologia electrónica de armazenamento e de conexão de informação, como resposta às necessidades actuais de uma busca automática e de um cruzamento de informação. As enciclopédias já tinham tentado responder a essa necessidade. Sendo a primeira finalidade de um dispositivo hipertextual o de parecer uma enciclopédia.
A passagem do texto impresso para o texto digitalizado permitiu ao leitor executar várias ligações, pré-estabelecidas, claro, pelo sistema. Faz com que o leitor ache-se com liberdade, mas a programação antecipe uma previsão textual. Podendo ser visto como um processo de subordinação estratégica.
As narrativas dos novos medias, sendo interactivas, transportam o leitor para dentro de uma acção. Um leitor passa quase a ser visto como um jogador.
A hipertextualização da literatura
Quais são as contribuições que o hipertexto traz à literatura?
“Um risco real quanto à procura do sentido e da verdade”
A digitalização da escrita toca em dois pontos: o texto passa a ser mais durável e por