Antropologia e ética em Adam Smith
Antropologia é a ciência que estuda o homem, seu comportamento, suas realizações, sua evolução e suas relações com o meio. Ocupa-se da humanidade em todas as suas dimensões.
A ciência da ética está relacionada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade. Os conhecimentos extraídos dessa observação, tentam explicar as regras morais de forma racional, científica, teórica e metodológica.
Em “A Teoria dos Sentimentos Morais” Adam Smith busca, através da antropologia, verificar a origem de nossas ideias morais – e consequentemente éticos - e relacionar os fenômenos de percepção moral às suas normas. Se faz valer dessa metodologia para encontrar a melhor fórmula para que o ser humano seja capaz de agir dentro das regras de moralidade.
A sua teoria se desenvolve a partir de dois princípios gerais e distintos:
a) os objetos primários de nossas percepções morais são as ações de outros homens; b) nosso juízo moral sobre nossa própria conduta são aplicações sobre nós mesmos de decisões já proferidas a respeito da conduta do nosso próximo. O fundamento antropológico não poderia deixar de ser, portanto, a própria conduta humana e sua manifestação no meio em que vive. O juízo moral, por sua vez, nos traz a aplicação nos costumes das noções obtidas por meio dessa observação.
As diferenças morais são percebidas não pela razão, mas pelo sentimento, dando forma a um ‘senso moral’. Tanto os juízos morais relativos à nossa própria conduta, como os que tecemos em relação ao nosso semelhante desencadeiam uma perspectiva de conduta certa ou errada e, consequentemente, a atribuição de mérito ou demérito ao agente.
Adam Smith reconhece que há sentimentos de afeições e desafeições que residem na alma humana, mas para neutralizar seu campo de pesquisa utiliza a figura do espectador imparcial, que busca um julgamento moral justo.
Esse distanciamento decorre da ponderação de todos os