Antropologia juridica - indice maldade
O pedreiro “Adimar Jesus da Silva”, que ouvia vozes e ainda assim foi solto, terminou como muitos brasileiros desejavam vê-lo: enforcado. A violenta história deste homem revela muito sobre a ineficiência de nosso sistema e as possíveis falhas dos nossos órgãos criminais.
“Adimar Jesus da Silva” é na verdade Ademar de Jesus Silva. A mudança na grafia do nome não foi um equívoco. O homem que confessou ter matado 6 (seis) garotos de Luziânia-GO possui duas carteiras de identidade com numeração também diferente. O segundo documento foi confeccionado depois de ser decretada a prisão dele por uma tentativa de homicídio, em Serra Dourada-BA, ocorrido em 2000.
A mudança no nome do pedreiro fez com que não constasse nos sistemas de buscas de antecedentes criminais e devida pregressa do acusado o mandado de prisão. Com isso, “Adimar Jesus da Silva” acabou beneficiado com a progressão do regime da pena de 10 anos e 10 meses em regime integralmente fechado pelo abuso sexual contra dois meninos: um de 11 e outro de 13, nas cidades de Águas Claras e Núcleo Bandeirante, ambas no Distrito Federal.
A progressão de pena não teria sido concedida, caso a Justiça soubesse do mandado de prisão contra o suspeito.
ANÁLISE DO CASO CONCRETO
“A ÓTICA DAS FALHAS”
Eis o rol de erros que marcaram a terrível biografia do baiano Ademar/Adimar, cuja vida “evoluiu” num tenebroso crescendo:
Embora suspeito de tentativa de homicídio contra Leite dos Santos Oliveira, em março de 2000, na comarca de Serra Dourada, no oeste da Bahia, o pedreiro Ademar nunca foi preso por este crime. Fugiu para o Planalto Central e trocou de nome. Virou Adimar. O Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Infoseg) não serviu para localizá-lo. Alguém cometeu um primeiro erro, ao viabilizar a mudança de nome do suspeito. Ele conseguiu uma nova certidão de batismo e com isso obteve outra identidade. Com isso, o Infoseg não serviu para nada. Esta grave falha impediu