Antroplogia
A reforma do Ordinário da Missa
1962|1969
Renato Silva Rosa
Trabalho realizado para o seminário de Teologia Prática
“Os livros litúrgicos”
P.e Dr. Luís Ribeiro de Oliveira
Coimbra
2007
Introdução
Quase quarenta e quatro anos depois da promulgação da constituição Sacrosanctum Concilium, do Concílio Vaticano II, e trinta e sete desde a publicação do Missal renovado segundo as prescrições do Concílio, vemos que a reforma litúrgica é hoje uma realidade assumida por toda a Igreja e com frutos comprovados de vida cristã. Era uma renovação que se impunha. Exigia-a a vivência e a celebração da fé num mundo profundamente alterado, com valores e dinamismos bem diferentes dos do passado. A renovação de muitas dimensões da Igreja, de que a liturgia é apenas um importante aspecto, entre outros, era, neste tempo, a única forma de ser fiel a Jesus Cristo e ao seu mandamento de levar o Evangelho a toda a criatura. Passados todos estes anos, contudo, há ainda muito a realizar. A liturgia renovada é um constante desafio à compreensão e vivência dos mistérios da fé. Apesar de tudo, os cristãos continuam muito presos aos antigos esquemas, não só litúrgicos mas também eclesiais e vivenciais, pelo que é exigido um trabalho constante de continuar a fazer florir e frutificar cada vez mais as sementes de renovação que o Espírito Santo, através do Concílio, quis lançar na Igreja. Mais do que o papa, os bispos ou os executores da reforma litúrgica, a nível central e local, é o Espírito o verdadeiro protagonista de toda esta renovação. É necessário, para isso, esforçar-se por compreender as razões da reforma litúrgica e o modo como foi realizada. Ainda para mais num tempo em que persistem as vozes de crítica e de condenação dessa obra necessária e meritória, vozes que se fazem ouvir desde o início mas que, em vez de se extinguirem, parecem hoje levantar-se