Antonio Raposo Tavares
Nascido em São Miguel do Pinheiro, concelho de Mértola e distrito de Beja, Portugal, de mãe com ambas origens cristã nova e cristã velha, e de pai cristão velho. No aspecto religioso e da educação é presumível que com o cristianismo católico terá possivelmente recebido também uma influência judaica por via de sua madrasta cristã nova e segunda mulher de seu pai, Maria da Costa . Chegou ao Brasil em 1618 com o pai, Fernão Vieira Tavares, antigo partidário de António Prior do Crato, tesoureiro da Bula da Cruzada e moço da câmara do Rei, designado capitão-mor governador da capitania de São Vicente em 1622. Era assim preposto do conde de Monsanto, donatário da capitania de São Vicente. A mãe era Francisca Pinheiro da Costa Bravo. António Raposo, aliás, nunca perderia contacto com os interesses da Coroa.
Morto o pai (1622), transferiu-se para o planalto de Piratininga, fixando-se na vila de São Paulo, onde logo se entusiasmou em participar nas expedições destinadas a aprisionar índios.
Em 1628, participa enquanto imediato de sua primeira bandeira, chefiada por Manuel Preto, com um efectivo de cem paulistas e 2 mil índios auxiliares. Esta expedição, dividida em quatro companhias, rumou para o Guaíra (no actual Estado do Paraná) e diz-se que ela iniciou o processo de expulsão dos jesuítas espanhóis, ampliando as fronteiras do Brasil e assegurando a posse dos territórios dos atuais estados do Paraná, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul. À frente de novecentos brancos e mamelucos e dois mil índios, uma verdadeira cidade em marcha.
A vanguarda de sua bandeira, pequena coluna