Antonio Housiss
399 palavras
2 páginas
Leodegário A. de Azevedo Filho dois problemas textológicos se equivalem, pois tanto no caso deCamões, como no caso de Gregório de Matos, são as questões autorais e as questões textuais propriamente ditas que vão constituir o grande desafio multissecularmente proposto aos pesquisadores daqui e do resto do mundo. Para isso, evidentemente, será preciso estabelecer critérios objetivos no sentido da constituiçãoo preliminar de um corpus minimum o que não vai excluir a possibilidade de um corpus addititium de autoria incontroversa e confirmada ao menos por um testemunho da época, dando-se assim início ao estabelecimento crítico dos textos com os recursos fornecidos pela moderna teoria ecdótica, sobretudo com base no sistema de crítica das variantes, segundo as lições teóricas de um Gianfranco Contini, o grande mestre da moderna crítica verbal européia, falecido não faz muito tempo. Resolvidas as duas questões sempre a partir dos manuscritos da época da melhor forma técnica possível, terse- ão, então e afinal, o texto poético de Camões e o texto de Gregório de Matos, como ponto de partida para a revisão de todos os estudos literários até hoje desenvolvidos sobre ambos, mas lamentavelmente a partir de uma tradição ou transmissão impressa manifestamente corrompida. Por isso mesmo, o novo método estabelece, como exigência preliminar, o estudo paleográfico e codicol ógico dos livros de mão ou cancioneiros da época, todos apógrafos.
Mas é neles que se encontram perdidas já que os autógrafos desapareceram as raízes textuais da obra lírica do Poeta portugu ês e da obra lírica do Poeta brasileiro. No caso de Camões, justo será assinalar aqui que o nosso colega Emmanuel Pereira Filho, depois de assistir ao proveitoso curso de crítica textual ministrado por Antônio Houaiss na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e já aqui referido, lançou as bases mais tarde por nós revistas e desenvolvidas
da teoria do cânone mínimo, hoje