Antonio gramsci
A problemática que envolve a afirmação ou negação da existência de Deus nunca é colocada para o homem em termos puramente teóricos, mas há opções profundas que traduzem várias influências provindas do mundo espiritual e cultural no qual a vida humana conquista razões para viver. Para o homem moderno, o ateísmo é uma atitude espiritual espontânea, antes de ser uma conclusão teórica. Essa é uma maneira que por sua vez não é um determinismo cultural, social, ou psicológico, mas torna-se um elemento essencial e centrado num modo de estar no mundo, de olhar o mundo e agir nele. A modernidade acaba por influenciar as pessoas em suas decisões profundas, todavia a liberdade humana é transcendente às suas motivações extrínsecas, devido às suas condições e situações, logo, nenhuma tradição se impõe, pois a liberdade humana se propaga em todas as direções. A época em que vivemos é de transição, e não se tem ainda plena consciência nem domínio das novas energias que se desencadearam com a ciência, pois ela transformou-se num “meio novo de obter mais facilmente as mesmas velhas coisas” (CHARDIN, 1970). Isto é, chegará o momento em que o homem, forçado pela desproporção evidente, reconhecerá que a ciência não passa para ele de uma ocupação acessória, mas também uma forma essencial da ação, causando de forma natural o excesso das energias constantemente liberadas pela tecnologia. Diante disso, Pierre Teilhard de Chardin parte de um diálogo com a modernidade, na busca de Deus, através de uma cultura pós-teísta, onde procura-se projetar suas idéias para o futuro, de modo que a humanidade tende a um ponto crítico de integração e transcendência, que ele denomina de Ponto Ômega. A palavra Ômega define o destino final, num processo ascendente, ou seja, integrar a compreensão cristã de Deus com essa idéia de Ômega, de tal maneira que, o resultado final do direcionamento da evolução do homem seja a união final com