Antologias
POEMAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
(BRASIL-PORTUGAL)
INTRODUÇÃO
PORQUE LER, HOJE, POESIAS DO SÉCULO XIX?
ANTOLOGIA
POEMAS DA LINGUA PORTUGUESA
(BRASIL-PORTUGAL)
Autores: Alessandra A., Jéssica Ap., Julio P, Larissa S. Luan H., Paulo A.
Tema:
Eu
Minha Desgraça
(Álvares de Azevedo)
Minha desgraça não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito blasfema,
É ter para escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela
TRISTEZA
(Álvares de Azevedo)
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poente caminheiro;
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como um desterro de minha alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia...
Só levo uma saudade — é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade — é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz — e escrevam nela:
Foi poeta, sonhou e amou na vida...
Eu
(Álvares de Azevedo)
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a