Antero de quental: materealismo idealista

Sentiemnto cósmico: o homem so pode ser pensado e compreendido quando inserido. O sentimento cósmico da vida é a designação que se pode dar ao pensamento humano. A ciência, a filosofia, a religião, a arte, são feridas abertas da existência que o homem tenta assim atenuar (Nietzsche). Esta experiência trágica pode fechar-se na experiência da reintregação, na reintegração na harmonia da natureza, e para que isto aconteça não podemos estar preocupados mas disponíveis, para a physis, - que se gosta de ocultar (Heraclito) – que não é o que se opõe ao homem, mas simplesmente a significação de que todas as coisas se manifestam, a passagem do latente para o patente; Verdade - aletheia ou não-ocultamento. A palavra usada para ser era physis, que remete para a ideia de expansão da natureza, a unidade originária de tudo o que existe (sentido pré-socrático), a natureza não é simplesmente uma dimensão da realidade, mas a matriz de tudo, ela é o devir, o indeterminado.

Para Antero de Quental, esta matriz de tudo é o espírito. O início da sua manifestação é inconsciente, e é no processo da sua manifestação que ele acede à consciência de si. Quando começou a reflectir, em Vila do Conde, «com o suor da razão», esteticamente, o mundo parecia-lhe feio; socialmente, injusto; cientificamente, limitado; metafisicamente, carecente de uma sistematização que superasse o naturalismo dos positivistas, reportando-se redutoramente aos factos, esquecendo o que muda e e se altera. Na segunda metade do século passado geravam-se duas antíteses: mecanismo e determinismo – espiritualismo e liberdade. Daqui, a instância da superação destas antíteses, além de uma filosofia da natureza e de uma posição na teoria do conhecimento, a solução importava a explicação da consciência humana e do seu significado e destino.
É que a abordagem Positivista, rigorosamente uma concepção mecânica da Natureza, reduz o universo a um agregado uniforme regido por leis matemáticas e elementares, deixando impenetrável