Anteprojeto de pesquisa
O Movimento Negro Contemporâneo e as Revoltas da Chibata e do Batalhão Naval de 1910: a problemática da apropriação dos comportamentos e dos movimentos coletivos.
Outubro/Novembro de 2011.
I - INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA: Em 2010 comemorou-se no Brasil o centenário das Revoltas da Chibata e do Batalhão Naval. Esses episódios ficaram conhecidos e estudados como movimentos de insubordinação dos marinheiros que, em novembro de 1910, tentaram pela via da força pressionar o governo republicano no sentido deste rever as condições de trabalho e da disciplina no qual grosso do efetivo da Marinha brasileira era submetido. A realização de diferentes Congressos, Encontros e Simpósios marcaram a data comemorativa e demonstraram que esses episódios de nossa história permanecem presentes em nossa memória. Consequentemente requerendo por parte dos historiadores um aprofundamento em relação à problemática das apropriações dos comportamentos e dos movimentos coletivos tendo por base a constituição reivindicativa-política que os movimentos de 1910 representaram. Segundo a relação entre os agentes da mobilização e o movimento de acordo com as distinções propostas por Melluci.1 A Revolta da Chibata2 foi um movimento reivindicativo-político de marinheiros em sua maioria negros, mulatos e pardos que durante a semana de 22 a 28 de novembro de 1910 ocuparam os maiores navios da Marinha do Brasil na época: o Minas Geraes e o São Paulo, além de embarcações de menor porte como o Bahia e o Deodoro. O Deodoro foi batizado com o nome do primeiro Presidente do Brasil - o Marechal Deodoro da Fonseca que era tio do então Marechal Hermes da Fonseca recém empossado presidente quando do início do movimento dos marinheiros. Nesses dias a cidade do Rio de Janeiro - capital Federal - permaneceu sob a mira de poderosos canhões e metaforicamente podemos dizer que da mesma forma também estava o regime Republicano. Afinal havia poucos dias da posse do Marechal Hermes