Anteprojeto de pesquisa
o encanto, o programa e o mistério que envolve um espaço sagrado.
Margareth Maria de Oliveira Salles
Prova de seleção: 2012
Área de concentração: Qualidade, Ambiente e Paisagem
Linha de Pesquisa: Cultura, Paisagem e Ambiente Construído
Projeto de Pesquisa: Ambiências urbanas: explorando metodologias
Introdução: Existem locais privilegiados qualitativamente diferentes dos outros: a paisagem da cidade que natal ou os sítios dos primeiros amores, ou certos lugares na primeira viagem na juventude. Todos esses lugares guardam mesmo para o homem mais cético, uma qualidade excepcional, “única”: são os lugares sagrados do seu universo privado, como se neles um ser não religioso tivesse tido a revelação de outra realidade, diferente daquela de que participa em sua existência cotidiana.
Eliade Mircea através de um exercício dialético denomina aquilo que faz parte do mundo do sagrado em oposição àquilo que pertence ao profano, coloca ambos em pontos extremos: “o profano é o caos o devir, o relativismo, mudança constante e, portanto, irreal; enquanto o sagrado é aquilo que ordena o caos, é o cosmos, a constância, verdade universal e, portanto, única realidade. Mesmo que ambos os espaços sejam essencialmente diferentes, o limiar entre um e outro dá uma continuidade da idéia espacial, e serve para mostrar ao homem exatamente essa diferença, de que o espaço sagrado não é mundano, é divino. Portanto, o limiar entre os espaços sagrado e profano é sempre utilizado como local para sacrifícios, julgamentos e referências, além de conter sinais claros que alertam sobre a distância de ambos os locais. Um bom exemplo disso são as gárgulas que, no período medieval, eram adornos de feras e demônios, que tanto protegiam as igrejas, como alertavam aos fiéis os perigos que o aguardavam no mundo profano. (ELIADE,1956:30)”
A partir dessa reflexão comparando a igrejas do período medieval aos Terreiros de Candomblé, que