ANOS 80
BRASIL
Política interna
A abertura política marca o governo de seis anos (1979-1985) do presidente João Batista Figueiredo, o último do regime militar. Em 1979, a decretação da anistia possibilita o retorno dos líderes e militantes políticos exilados, ao passo que uma reforma partidária acaba com o sistema bipartidário, extinguindo a Arena e o MDB, e propõe a formação de novas agremiações. Em 1980, surgem o Partido Democrático Social (PDS), novo partido governista, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Popular (PP) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Ainda em 1980, o Congresso aprova projeto do governo que restabelece a eleição direta para governadores e extingue a figura do senador "biônico" (eleito indiretamente), assegurando, contudo, os mandatos em curso. Em 1982, o Legislativo tem parte das suas prerrogativas devolvidas, e, com a realização das eleições em novembro, a oposição conquista maioria na Câmara dos Deputados e elege 10 governadores, 9 do PMDB e 1 do PDT.
Por sua vez, o PDS mantém-se majoritário no Senado e obtém 12 dos 22 governos estaduais, garantindo ao governo maioria no Colégio Eleitoral, responsável pela eleição do presidente da República.
As mudanças no cenário político despertam em 1983 um movimento por eleições diretas para presidente, o qual ganha força com a apresentação pelo deputado peemedebista Dante de Oliveira de uma emenda constitucional com idêntico objetivo. O movimento, que ficaria conhecido como "Diretas Já", cresce espetacularmente em 1984 e empolga a população, com a realização de comícios em diversas cidades contando com a presença de artistas e lideranças políticas e a participação de multidões nunca antes vistas no Brasil. As maiores manifestações reúnem cerca de 1 milhão de pessoas no Rio e 1,7 milhão em São Paulo. Contudo, não impedem que a Emenda das Diretas seja derrotada no Congresso no