Anomia segundo Durkeim

Segundo Émile Durkheim, o conceito de anomia expressa a perda de efetividade das normas e valores vigente em uma sociedade, ou seja a ausência de um conjunto de normas, como consequência de um acelerado e desordenado desenvolvimento econômico e de profundas transformações sociais que debilitam a consciência coletiva.
No discurso do Prof. Gabriel Cohn, ele afirma que anomia é a ausência de normas, mas isso não significa que elas não existam, mas que não há uma integridade entre elas. Numa sociedade complexa como a ocidental, não há uma consciência coletiva bem definida, o individualismo é mais presente e isso faz com que surjam um conjunto de normas pouco articulados e conflitantes, fazendo com que o poder regulador da sociedade seja ineficiente, que nesse caso seria o conjunto de normas e leis.
Dessa forma podemos considerar que nossa sociedade vive em estado de anomia, uma vez que não há um conjunto integro de normas e sim ideais divergentes entre si, fazendo com que o individuo dessa sociedade não saiba como agir corretamente, uma vez que a consciência coletiva não possui uma integridade. Como a modernidade é algo fluido, tendo alto grau de mutabilidade e isso se dá de forma acelerada, e não se consegue colocar algo que substitua o valor tradicional rompido, resultando num vácuo na sociedade e isso seria a patologia da sociedade orgânica descrita no livro “O suicídio” de Durkheim, a origem da anomia. Como a sociedade se modifica de forma acelerada, o conjunto de normas deve acompanhar essa velocidade, porém muitas vezes lacunas não são preenchidas com a mesma velocidade ou são deixadas em branco, gerando os conflitos que enfraquecem o poder regulador social desempenhado pelo conjunto de normas, que seriam nada menos do que uma representação dos valores da consciência coletiva.