animais
Os animais têm interesses que devemos respeitar? São por si dignos de consideração moral ou só os seres humanos merecem tal estatuto? Se atribuímos dignidade moral aos animais em que nos baseamos para o fazer? Será legítimo?
Dois dos principais defensores dos interesses dos animais, Peter Singer e Tom Regan tentaram encontrar um critério que justificasse a dignidade moral dos animais de modo a que o seu bem – estar não dependesse unicamente dos nossos bons sentimentos ou da nossa amabilidade. A questão era para os referidos filósofos a seguinte: Que características devem os animais possuir que sendo moralmente relevantes os tornassem merecedores de consideração moral?
Sucintamente, a resposta de Singer baseou – se no conceito de senciência. Este termo designa a capacidade de sentir prazer e dor. Regan baseou – se no conceito desujeitos-de-uma-vida. Esta expressão significa que os titulares de um vida são seres dotados de percepção, capacidade de sofrer, de emocionar-se, de recordar, etc. Segundo Regan, temos o dever moral fundamental de tratar com respeito todos os sujeitos-de-uma-vida. Se temos esse dever em relação aos animais sujeitos-de--uma-vida, então, correlativamente, eles têm direitos.
Singer, adoptando uma perspectiva utilitarista, não fala propriamente de direitos animais mas de bem – estar animal. Regan adopta uma perspectiva deontológica e argumenta que os nossos deveres em relação aos animais derivam do facto de estes terem direitos.
Estudaremos também a teoria de Carl Cohen, segundo o qual não faz sentido atribuir dignidade moral a animais não – humanos.
1. Peter Singer: A Importância Moral do Sofrimento.
Singer não se limita a dizer que devemos ser benevolentes com os animais, a manifestar simpatia para com o seu sofrimento. Afirma que temos obrigações morais a seu respeito.
Na obra Libertação Animal, Singer defende que o domínio dos seres humanos sobre os animais é moralmente