Anaálise psicanalitica do filme dúvida

ANÁLISE PSICANALÍTICA DO FILME - DÚVIDA
A Psicanálise de Melanie Klein define duas posições, dois tipos de atitude mental: a esquizoparanóide e a depressiva. A primeira se dá a partir de uma cisão/perseguição. O objeto é internalizado de duas maneiras, é um objeto parcial. Um deles é amado (objeto bom) e o outro é odiado (objeto mau), apesar de se tratar de uma mesma pessoa, um mesmo objeto, fato que só será percebido ao longo do crescimento e amadurecimento do aparelho psíquico. A mãe é dividida pelo bebê em seio bom e seio mau. Um que atende seus desejos e outro que lhe frustra. O bebê internaliza essas mães como se fossem objetos diferentes. Essa dualidade causa uma angústia muito grande no indivíduo, fazendo com que o medo gere ódio e destrutividade.
Já na posição depressiva o indivíduo assume uma postura integradora e reparadora, dando-se conta de que o objeto é um só e que não é perfeito, o que gera frustração e culpa por ter "atacado" o objeto ao qual ama. A relação com a mãe como uma pessoa, que vinha se desenvolvendo, gradualmente enquanto o seio ainda figurava como o principal objeto, torna-se mais plenamente estabelecida, e a identificação com ela fortalece-se quando o bebê pode percebê-la e introjetá-la como uma pessoa, ou seja, como um objeto completo. Quando, ao longo do desenvolvimento, a ansiedade ao mesmo tempo diminui e é mais seguramente mantida afastada, os ressentimentos e o ódio, assim como a voracidade diminuem, o que conduz, em última instância, a uma diminuição da ambivalência em relação ao objeto, ocorrendo assim o estado emocional de integração, já que o ego não necessita excessivamente dos mecanismos de defesa. Caso não seja possível a preservação do objeto, o ódio gera culpa e luto.
No filme sob análise, “Dúvida”, baseado na peça teatral de mesmo nome, podemos identificar os dois tipos de atitude mental, definidos por Melaine Klein, nas seguintes situações:
1- Madre Aloysius Beauvier (Meryl Streep) – na função da rígida diretora