analises de informação
2Até meados do século XIX, não havia qualquer forma de assistência específica aos doentes mentais. Os ‘loucos’ erravam pelas ruas, eram encarcerados nas prisões ou reclusos em celas especiais das Santas Casas de Misericórdia”. (Antunes, 1999, p.31-32)
Dois fatos, segundo Paim (1991), foram marcantes para o surgir dos primeiros trabalhos ligados à patologia mental no Brasil: A mudança da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808 e a criação do primeiro jornal de medicina do país.
A corte trouxe com ela o médico cirurgião José Correia Picanço (1745-1823), lente jubilado de anatomia e cirurgia da Universidade de Coimbra e cirurgião-mor do reino, que ao chegar no país obteve do regente a criação de uma escola de cirurgia. O curso médico foi iniciado no hospital real militar, no mesmo local onde fora construído posteriormente o edifício d tradicional Escola de Medicina da Bahia. No mesmo ano um curso de medicina também fora criado no Rio de Janeiro.
O primeiro jornal de Medicina, fundado por José Francisco Xavier Sigaud (1796-1856), de título “O propagador de ciências médicas” ou “Anais de Medicina, cirurgia e Farmácia”, teve papel decisivo no desenvolvimento da cultura médica do país. Possibilitou a reunião de profissionais da medicina contribuindo para o nascimento da “Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro”.
Foi sugerida a criação de uma casa de saúde ou hospício de doidos para abrigar aqueles trancados nos quartos de suas famílias, os que andavam livremente pela cidade e os que habitavam o Hospital da Santa Casa de Misericórdia. As reivindicações vinham com maior força dos médicos e higienistas vinculados à sociedade de Medicina e cirurgia do rio de Janeiro. Segundo Antunes (1999), era uma intenção da sociedade daquela época organizar, disciplinar e normalizar a cidade em busca de uma salubridade da mesma.
Segundo os médicos da época, o manicômio seria, além de abrigo para tais desvalidos, um campo de úteis