Analise do livro Canaã, de Graça Aranha

1. Plano da Expressão

José Pereira de Graça Aranha (1868-1931), ficcionista, um homem de ideias, um diplomata acostumado ao cosmopolitismo das grandes capitais da Europa. Cursou Direito em Recife e foi trabalhar como juiz no Rio de Janeiro e no interior do Espírito Santo. Em 1902 publicou o romance Canaã e viajou durante 20 anos percorrendo a Europa, onde teve contato com os rumos que a arte moderna passou a tomar. O livro Canaã, foi publicado em 1902 o marco inaugural do período pré-modernista, trata-se evidentemente de mais um livro a antecipar temas e preocupações de que os modernistas se ocupariam mais detidamente anos depois. A obra é considerada um romance, não propriamente um romance modernista, mas é uma obra importante para o conhecimento de uma questão decisiva na formação da sociedade brasileira: o tema da nossa sobrevivência enquanto povo e o da nossa identidade cultural enquanto civilização.
Havia um problema bastante dramático no Brasil do começo do século, em muitos aspectos ainda nos preocupa. Este problema refere-se à nossa capacidade ou não de, assimilando a influencia estrangeira, manter a integridade da nossa cultura, sem correr o risco de nos descaracterizar enquanto povo e enquanto nação.
Pode-se perceber no livro o cunho naturalista, que é certamente uma de suas influências, mostra-se através da objetividade e descrição precisa da sociedade e do ambiente, ainda mais que Graça Aranha opõe Milkau e Lentz bem ao gosto da estética naturalista. A parte disto podemos perceber também a presença de características da república velha, com a aceitação do grande fluxo de alemães que vinha para o Brasil, e aqui encontravam ambiente propício para o desenvolvimento das suas colônias, com grande ajuda do governo.Em contraste a isso, percebe-se também por partes de alguns brasileiros no livro, o desenvolvimento de um caráter nacionalista de oposição a vinda desses imigrantes, mostrando então a natureza que deu vazão, alguns anos depois ao