Analise da peça Macário, de Álvares de Azevedo.
A obra explora a temática dos conflitos humanos, fazendo um embate e reflexão em um ser humano de grande densidade psicológica, mostrando um lado otimista e que ainda tem esperança em relação à humanidade e um outro lado pessimista, sem ilusões e que se entrega aos vícios. Como se retratasse a face do bem em contraposição a face do mal. A peça faz esse contraste através dos personagens, usando cada um de um lado.
O posicionamento teórico das personagens faz lembrar a clássica cena de animações onde um anjo e um diabo tentam convencer um individuo sobre qual entre os dois ele deve seguir.
Todo esse conflito psicológico interior do ser humano é mostrado através da caracterização, ação e interação dos personagens.
No primeiro episodio o personagem Macário, se relaciona com a figura satânica com naturalidade, mostrando assim a sua desilusão no que se refere aos vícios do mundo, ao álcool, ao cigarro ou charutos e as mulheres prostitutas, Satã por sua vez parece se espantar com a indiferença de Macário como ele mesmo demonstra na seguinte fala: “Falas como um descrido, como um saciado! E contudo ainda tens os beiços de criança!”. Em seguida Satã leva-o para um passeio a cavalo por uma cidade inabitável e monótona, povoada por prostitutas e estudantes. Aparenta ter sofrido uma desilusão amora e por isso exalta a vida boemia e noturna por não ver solução para a decadência do mundo em que vive. No segundo episodio da peça, que se passa na Itália, Macário encontra-se com Penseroso, que é otimista e acredita no amor verdadeiro. Tenta mostrar que existe o amor verdadeiro no qual Macário se recusa a acreditar. Acredita também no progresso da civilização e na existência ordenada, como mostra o trecho em que ele afirma a Macário: “Mas nós, mas tu e eu que somos moços, que sentimos o futuro nas aspirações ardentes do peito, que temos a fé na cabeça e a poesia nos lábios, a nós o amor e a esperança: a nós o lago prateado