Analise da obra “Cidadania no Brasil, o longo caminho” do autor José Murilo de Carvalho
MARCHA ACELERADA (1930 – 1964)
O ano de 1930 foi um divisor de águas na história do país. A mudança mais espetacular verificou-se no avanço dos direitos sociais. Uma das primeiras medidas do governo revolucionário foi criar um Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio. A seguir, veio vasta legislação trabalhista e previdenciária, completada em 1943 com a Consolidação das Leis do Trabalho. Os direitos políticos tiveram evolução mais complexa. A fase propriamente revolucionária durou ate 1934, quando a assembleia constituinte votou nova Constituição e elegeu Vargas presidente. Em 1937, o golpe de Vargas, apoiado pelos militares, inaugurou um período ditatorial que durou ate 1945.
Os direitos civis progrediram lentamente. Durante a ditadura, muitos deles foram suspensos, sobretudo a liberdade de expressão de pensamento e de organização. O regime ditatorial promoveu a organização sindical, mas o fez dentro de um arcabouço corporativo, em estreita vinculação com o Estado.
1930: Marco divisório
Em 3 de outubro de 1930, o presidente da República, Washington Luis, foi deposto por um movimento armado dirigido por civis e militares de três estados da federação, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Terminava assim a Primeira República. O episódio ficou conhecido como a Revolução de 30. Foi sem duvida o acontecimento mais marcante da história política do Brasil desde a independência.
A Primeira República caracterizava-se pelo governo das oligarquias regionais, principalmente das mais fortes e organizadas, como as de São Paulo, Minas