ANALISE CRIMINAL CFS 2012 APOSTILA Unidades I II E III
2012
Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública/Curso de Formação de Sargentos
ANÁLISE CRIMINAL
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UNIDADE I
GESTÃO DA INFORMAÇÃO
Adaptado do curso Uso de Informações na Gestão das Ações de Segurança Pública –
SENASP/ANP
1.1. Gestão das Informações Criminais
Segundo LIMA, foi no contexto de desenvolvimento de um saber científico de cunho positivista que o conhecimento estatístico foi assumido como uma ferramenta para a construção da objetividade na investigação dos fenômenos sociais e na gestão pública em muitos países.
Sua aplicação tradicional remonta aos anos de 5000 a 2000 a.C. e já se apresentava, em civilizações antigas do Egito, da Mesopotâmia e da China, como instrumento para gestão e administração do Estado, com ênfase nos negócios fiscais, militares e policiais.
A partir do século XIX, o uso de registros estatísticos passa a servir a uma série de levantamentos e pesquisas sobre os mais diferenciados assuntos.
A difusão do uso da estatística surge como representação de um período em que a possibilidade de quantificação e controle da realidade constituía-se em pensamento reinante entre analistas sociais e dirigentes.
Se no período inicial predominava a visão positivista o desenvolvimento posterior das reflexões e parâmetros metodológicos a serem seguidos pelas ciências da sociedade demonstraram que o real não se configura como um ente dado e pronto à percepção a partir do emprego dos instrumentos adequados de quantificação.
O próprio processo de consolidação de informações e dados para aferição de uma dada realidade partem de percepções, construções, escolhas e limitações, bem como, encontram-se submetidos, muitas vezes, ao sabor das disputas e conflitos de interesses de toda ordem.
Lima quando apresenta seu estudo sobre o uso de estatísticas para a análise criminal em São Paulo, defende que:
[...] mais do que isentos, os números e as formas como eles estão organizados respondem às dinâmicas das disputas de poder em torno das regras