Analisando O Macroambiente
Uma reportagem da revista Veja (10/julho/2002) mostra o crescimento do Grupo Pão de Açúcar, que através da compra da rede Sé, consolidou sua liderança no setor supermercadista com 15% de participação. O Carrefour, antes primeiro colocado, está com 12,7%.
Aparentemente, 15% é uma participação pequena para representar liderança, mas a verdade neste mercado de 70 bilhões de reais é que a maior parte do bolo - 60% - está por conta de pequenas redes. É um sinal de que há muito a crescer, mas a fórmula de crescimento dos grandes é comprar os pequenos.
Escolhi essa reportagem para analisar a importância da análise ambiental e seus impactos nos negócios. Nas décadas de 70 e 80, devido aos altos índices inflacionários, o hábito do povo brasileiro era fazer toda a compra do mês de uma só vez. Foi nessa época que o Carrefour se instalou no Brasil, revolucionando todo o varejo nacional, trazendo grandes e completas lojas, oferecendo conforto e comodidade para as compras mensais. Nesse período muitos pequenos varejistas - aqueles mercadinhos de esquina ou loja de secos e molhados - quebraram. O grupo Pão de Açúcar repensou seus negócios, fechou muitas lojas pequenas e criou o Extra, a fim de atender as novas necessidades do consumidor.
Como diz a citada reportagem, a situação agora se inverteu - quem está tendo que se reenquadrar é a rede Carrefour. Com o real e a vertiginosa queda da inflação, o povo brasileiro foi mudando seus hábitos de compra, percebeu que não é mais necessário sair correndo para fazer compras assim que recebe o salário e optou por fazer várias compras de pequeno valor em lojas menores. A crise energética veio contribuir para a mudança - muitos desligaram seus freezers e não ligaram mais ; vão ao supermercado toda semana e compram a carne para o almoço.
Este formato de supermercado menor é justamente o padrão das lojas Pão de Açúcar, o que viabilizou seu crescimento. O Carrefour - para se adequar à nova realidade - está com