Anais do # congresso
Aline Terumi Bomura Maciel – Universidade Estadual de Maringá1
Alex Eduardo Gallo – Universidade Estadual de Maringá2
Em nossa sociedade é muito comum atribuirmos causas místicas ou mágicas a certos eventos que não conseguimos explicar, rigorosamente, por que e como ocorrem. Muitas vezes, agimos de certa forma somente por acreditarmos que, se o fizermos, algo bom ocorrerá ou poderemos evitar algo ruim. A esse tipo de evento Skinner atribuiu o nome de ‘comportamento supersticioso’.
Em análise do comportamento, temos a definição da tríplice contingência, ou seja, estímulos ambientais (S) que eliciam certas respostas (R) que, por sua vez, produzem conseqüências (C), as quais aumentam a probabilidade de que uma resposta da mesma classe de comportamentos seja emitida. Entretanto, em algumas situações, emitimos uma resposta que é reforçada por um evento sem que estes tenham relação direta entre si. Em outras palavras, independente da resposta que estejamos emitindo, a situação iria ocorrer. Nas palavras de Skinner (1981): “a única propriedade importante na contingência é a temporal. O reforçador simplesmente sucede à resposta. Como isso acontece não importa. Devemos presumir que a apresentação de um reforçador sempre reforça alguma coisa, pois coincide necessariamente com algum comportamento”. Isso pois estamos sempre nos comportando e, por uma coincidência, certas respostas acabam sendo reforçadas sem que tenha uma relação. Afirma Skinner (1981): “Se só uma conexão acidental existe entre a resposta e a apresentação de um reforçador, o comportamento é chamado de ‘supersticioso’”.
Podemos exemplificar a afirmação de Skinner (1981): ao caminhar por uma rua, com fones de ouvido escutando uma música, encontro com um grande amigo que não via há muito tempo, e este evento tem um efeito reforçador considerável.