Anabatistas
O anabatismo foi um movimento religioso protestante radical do período da Reforma Protestante do século XVI na Europa, caracterizado pela discordância das reformas realizadas por Lutero e Zuínglio. Ele pode ser considerado protestante, mas não reformado. Essencialmente, os anabatistas protestaram contra as reformas que não realizavam aprofundamentos e mudanças como idealizavam. Tal movimento, então, opôs-se a católicos e reformadores.
Ele basicamente reivindicava separação entre Igreja e Estado, a não aceitação do batismo infantil e pregava o próprio afastamento e isolamento da sociedade de modo pacífico. Esses elementos combinados causaram uma das maiores perturbações na Europa do século XVI.
A época da Reforma foi um período de grandes incertezas e agitações sociais. Desafiar radicalmente toda a estrutura social de uma vez só era como colocar a ordem social política e religiosa de cabeça para baixo. E as ideias políticas dos anabatistas causavam terror em todos, do povo (católicos e protestantes) aos reis. Não por acaso foi o movimento mais perseguido do período da Reforma.
Os anabatistas foram acusados de heresia e subversão. O primeiro crime era de ordem religiosa, o segundo, civil. Por razões teológicas, os anabatistas decidiam batizar novamente adultos já batizados por não considerarem o batismo infantil dos católicos válido, — daí foram chamados de “anabatistas” ou os que rebatizavam. Mas como se originou tamanha controvérsia? É o que veremos a seguir de modo breve e introdutório.
Estado e Igreja, uma combinação cheia de conflitos
O Estado e a Igreja são temas que se intercalam ao longo da história da cristandade, ora se atraem, ora se repelem com imãs. A Reforma Protestante surgiu num momento de grandes incertezas e perturbações sociais, e de modo geral, os movimentos reformados não eram pacifistas. Era preciso, muitas vezes, decidir a ferro e fogo de que lado ficar – de um lado, os católicos romanos, de