Amputaçao
Existe vida depois da amputaçao
Com a realização de um estudo foi possível desvendar algumas facetas do fenômeno amputação, num momento de transição na vida do paciente, ser um amputado com a realização da cirurgia. Há uma infinidade de sentimentos envolvidos no processo de alteração do corpo.
A amputação é dotada de sentimentos ambíguos que interagem entre si e permanecem unidos, permeando a existência, no pré-operatório, durante a hospitalização e, possivelmente, após a alta. Perder parte do corpo é doloroso e impõe um novo modo de viver, de estar-no-mundo e se relacionar com ele, exigindo um redimensionar, pois o corpo foi afetado e, conseqüentemente, a percepção do mundo e das coisas. Por mais que seja difícil ou doloroso ser uma pessoa amputada, o paciente se rende à situação limite/limitante em que se encontra, na doença crônica, e opta pela realização da cirurgia, com esperança de acabar com a dor física ou de se manter no mundo, afastando a idéia de morte próxima.
Na relação com o mundo, ao se questionar uma parte do corpo que não mais existe, haverá uma resposta real e não mais ideal ou habitual. Essa nova realidade gera medo, dor, angústia, pois ter que se readaptar a um novo modo de existir e transpor barreiras em direção às possibilidades reais é, num primeiro momento, algo complexo e difícil.
Enquanto o paciente não visualiza claramente as possibilidades que se apresentam, que requerem redimensionamentos, sofre pela falta de perspectivas e a dependência ganha amplitude na vivência. O amputado passa a preocupar-se com a dependência, vislumbrando-a como um futuro marcado por sofrimento. Dessa forma, torna-se evidente a importância do desenvolvimento harmônico do processo de reabilitação, pois reabilitar um paciente não é só devolvê-lo à sociedade como uma pessoa independente, apesar da deficiência. A reabilitação deve ser capaz de levar ao paciente perspectivas de um fazer cotidiano ideal, de um existir modificado,