Metodo delphi
Luiz Moricochi2 Francisco Alberto Pino3 Celso Luis Rodrigues Vegro2
1 - INTRODUÇÃO
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Um dos maiores problemas do agronegócio no Brasil está relacionado com a estimativa e previsão de safras agrícolas. No caso do café, por exemplo, até 1990, o Instituto Brasileiro do Café (IBC) desempenhava essa função a contento servindo, portanto, de referência para todos segmentos que negociavam com esse setor. Com sua extinção, os agentes econômicos ficaram desprovidos daqueles serviços e passaram a se orientar por informações geradas das mais diferentes fontes. Entretanto, os dados apresentados por essas fontes são muitas vezes bastante díspares e a informação que deveria estar a serviço da comercialização, pelo contrário, tem desnorteado os agentes envolvidos, gerando, inclusive, suspeitas entre eles. Ora, a confiança mútua é condição necessária para que a função comercialização possa contribuir para a eficiência do sistema econômico, visando a melhoria crescente do bem-estar da sociedade como um todo. Por ser o café um produto de demanda inelástica (de 0,08, segundo NEGRI NETO & COELHO, 1993), a questão da informação confiável passa a ter relevância maior ainda. Assim, se a expectativa geral, verdadeira ou não, for de uma oferta 20% maior (por exemplo, 24 milhões de sacas ao invés de 20 milhões), isso poderá provocar uma queda mais do que proporcional nos preços. O mesmo raciocínio pode ser aplicado numa situação inversa, ou seja, se a expectativa
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geral for de queda na produção, os preços subirão proporcionalmente muito mais do que a redução na oferta. Tanto num como noutro caso, se as expectativas forem falsas, criar-se-á um artificialismo no mercado gerando ineficiência, do ponto de vista econômico, e transferindo mais problemas ainda para o futuro, dada a defasagem na resposta da produção cafeeira às variações de preços. A superprodução de café obtida em 1987, conforme