Amostragem
Durante o século XIX, para estudar qualquer conjunto de indivíduos, o método utilizado era
realizar a sua enumeração, e os estudos estatísticos tinham, como objectivo, inventariar os
recursos das nações para fins militares e tributários. O belga, A. J. Quetelet (1796 – 1874), que
participou na criação de uma secção de estatística na Associação Britânica de Ciências Avan-
çadas, em 1833, deu um importante contributo para a estatística oficial, desta época, e foi um
dos primeiros impulsionadores da ideia de estudar um conjunto de indivíduos, a partir de um
subconjunto deste. Ele próprio experimentou, em 1824, e tentou aplicar um método, que tinha
sido introduzido por P.S. Laplace (1749 – 1827), para estimar o número de habitantes dos Paí-
ses- Baixos, segundo os registos de nascimentos, obtidos numa amostra de regiões (Tillé,
2001, pág.8). Em 1895,o norueguês A. N. Kiaer (1838 – 1919), em Berne, e no Encontro do
Instituto Internacional de Estatística, defendeu a ideia de que a utilização de dados parciais
obtidos por um método, que nomeou de método representativo, permitia obter informação útil
(Kiaer,1895, 1896). No método representativo de Kiaer, o conjunto de dados parciais – amostra
– era como se fosse uma miniatura aproximada da População.
Esta ideia já tinha sido defendida por Laplace, em 1802 (Belhouse, 1988) mas, o modo como
Kiaer a defendeu, despertou a atenção dos estatísticos para esta questão.
Surgiram críticas de alguns matemáticos, em relação a esta ideia, entre eles M. V. Mayr e M.
Milliet, mas outros estatísticos revelaram-se, moderadamente, receptivos.
Apesar da reacção inicial, Kiaer não esmoreceu e, em vários congressos do Instituto Internacional de Estatística, realizados em São-Petersburgo (Rússia), em 1897, em Budapeste (Hungria), em 1901 e em Berlim (Alemanha), em 1903, defendeu o seu método,