amor no trabalho
"Sinto o tempo todo que alguém da minha própria empresa me dará uma facada pelas costas", diz o diretor de uma indústria de bebidas DAVIDE MARCOVITCH 62 anos, presidente do grupo Moët Hennessy
Nas últimas três décadas, Davide Marcovitch não se lembra de ter tirado mais de dez dias de férias seguidos. Na última vez, foi com a mulher à França e à Itália e passou todo o tempo colado ao celular. Responsável na América Latina por um grupo que tem inúmeros braços internacionais (a empresa é dona de grifes como Veuve Cliquot e Moët &
Chandon), Marcovitch coordena o trabalho de 800 pessoas em diferentes países. "Nunca trabalho menos de 16 horas por dia", diz o executivo, que já chegou a dormir no escritório. "Acordo nos horários mais inusitados para falar com os escritórios no mundo." Se isso o incomoda? "Pode parecer algo irracional, mas esse ritmo é natural na minha vida." Casado há 30 anos, não tem filhos. "No começo, foi opção", diz. "Eu sabia que teria de me dividir entre trabalho e família. Para não fazer uma escolha difícil, preferi deixar de lado a chance de ter crianças." Anos depois, o casal reconsiderou a hipótese, porém já era tarde demais.
"Paciência, não gosto de ficar remoendo o passado."
QUEM QUER SER PRESIDENTE?
O aumento da complexidade, a pressão de acionistas e a aceleração da rotatividade de presidentes no cargo geraram nos Estados Unidos uma reação surpreendente dos executivos. Mais da metade dos entrevistados em uma pesquisa realizada há dois anos disse que não gostaria de ser presidente de uma empresa. Detalhe: foram ouvidos pelos pesquisadores executivos de altos postos, a meio caminho de se tornar virtuais candidatos ao principal posto de uma corporação. Uma das vítimas desse processo foi o executivo
Antonio Werneck, substituído, em 2002, no comando das