Amor de perdição
Lebreton foi a força organizadora inicial do projeto. Diante das intrigas em torno da Missão, e tendo uma personalidade difícil, atritou-se com todos e retirou-se para uma propriedade do Flamengo, falecendo poucos anos depois.[14] As 50 obras de arte que adquiriu na França e trouxe consigo formam um dos núcleos iniciais da atual coleção do Museu Nacional de Belas Artes.[16]
Debret, cujo atelier se encontrava no bairro do Catumbi, foi o que teve maior êxito no registrar os usos e costumes do país, as tradições anacrônicas da corte portuguesa, como por exemplo o beija-mão. Além de converter-se em pintor oficial do Primeiro Reinado, Debret, sobrinho de David, deixa-se encantar pelas paisagens exuberantes e inéditas, os costumes barrocos, e nas horas em que não lecionava, registrou-os em uma sucessão de desenhos e aquarelas que os retratam, e que anos mais tarde, já de volta à França, ele publicou na Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Tais imagens são uma inestimável documentação visual da época, e fonte básica para o estudo da cultura e paisagem brasileiras de então.
Já Grandjean de Montigny trabalhou para transformar a paisagem urbanística do Rio de Janeiro, elaborando o projeto da primeira sede oficial da Academia, do qual infelizmente só resta o pórtico, da primeira sede da Alfândega, obra concluída em 1820, e que hoje abriga a Casa França-Brasil, e