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A sociedade da região açucareira dos séculos XVI e XVII era composta, basicamente, por dois grupos. O dos proprietários de escravos e de terras compreendia os senhores de engenho e os plantadores independentes de cana. Estes não possuíam recursos para montar um engenho para moer a sua cana e, para tal, usavam os dos senhores de engenho. O outro grupo era formado pelos escravos, numericamente muito maior, porém quase sem direito algum. Entre esses dois grupos existia uma faixa intermediária: pessoas que serviam aos interesses dos senhores como os trabalhadores assalariados (feitores, mestre-de-açúcar, artesãos) e os agregados (moradores do engenho que prestavam serviços em troca de proteção e auxílio).
Inicialmente, consideravam-se engenhos apenas as edificações e instalações onde o açúcar era feito (moendas, cozinha, casa de purgar). Com o desenvolvimento das atividades açucareiras, a concepção de engenho ampliou-se, incluindo o conjunto da propriedade açucareira: lavouras, terras não cultivadas, a casa-grande (habitação do senhor de engenho), a capela e a senzala (habitação dos escravos).
Muitos engenhos que existiam na colônia empregavam os trabalhadores assalariados, que, juntamente com os escravizados, dividiam os pesados afazeres e o extenso processo da produção do açúcar.
A principal pessoa que gerenciava e ditava o ritmo da produção no engenho era conhecida como feitor-mor e sua tarefa era administrar o engenho para o senhor de engenho, dono da produção. Outro ofício bastante importante era o mestre de açúcar, que controlava o trabalho de beneficiamento do açúcar.
Existia também o ofício de banqueiro: sua função era substituir o mestre-de-açúcar no período noturno. Quem trabalhava na purificação do açúcar era o purgador; o caldeireiro trabalhava nas caldeiras; e o oficial do açúcar auxiliava o mestre de açúcar.
O ofício mais temido nos engenhos era o de feitor, pois sua função era vigiar e castigar os