AMEBÍASE HEPÁTICA
A colite amebiana, por sua vez se manifesta como uma doença subaguda, com evolução de 1 a 4 semanas, com perda de peso associada e diarreia sanguinolenta ou com sangue detectado por pesquisa de sangue oculto nas fezes. Os sintomas apresentam variação, desde diarreia leve a quadro disenteriforme grave, com presença de sangue e muco nas fezes, além de tenesmo, que na sua forma mais grave pode resultar na chamada “colite amebiana fulminante”, podendo evoluir com necrose intestinal, perfuração e peritonite e eventualmente megacólon tóxico. A colite necrotizante aguda ocorre em 0,4 a 0,5 por cento dos pacientes e apresenta mortalidade de 40 por cento . Febre é referida em 10 a 40 por cento dos pacientes.
São descritos raramente quadros crônicos de diarreia, perda de peso e dores abdominais sem disenteria, com longa duração de anos, e simulando doença inflamatória intestinal.
Em alguns casos, podem aparecer os chamados amebomas, que são massas de tecido granulomatoso, que podem simular neoplasia e cursarem com massa palpável e pseudo-oclusão, além de amebíase cutânea perianal e fístulas reto-vaginais.
O abcesso hepático é a mais comum manifestação extraintestinal da amebíase, sendo dez vezes mais frequente em homens, ocorrendo principalmente na quarta e quinta décadas de vida. Os fatores que podem predispor o seu aparecimento incluem imunosupressão e lesão hepatocelular pelo álcool, que cria condições para o desenvolvimento da amebíase hepática. O aparecimento de sintomas ocorre de 8 a 20 semanas da exposição, podendo demorar anos para ocorrer. Os pacientes usualmente apresentam dor em quadrante superior direito do abdomen, podendo entretanto aparecer atipicamente em região epigástrica e torácica ou em ombro direito; muitos destes pacientes não têm história de disenteria e os sintomas têm semanas de duração. Os pacientes costumam apresentar febre de 38,5 a 39,5 graus, em 80 por cento dos casos apenas um lobo