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O ethos de um grupo social se estrutura por meio de um complexo de relações entre os indivíduos, constituindo-se, no tempo, como costume. É na mediação (na interação) com outros indivíduos que o sujeito se integra ao ethos e nele exerce sua práxis. Essa interação realiza ao mesmo tempo a afirmação e transmissão do ethos (tradição/moral) e sua alteração perpétua /ética. É a práxis (ação baseada em uma reflexão) que integra o indivíduo às várias esferas sociais: trabalho, cultura, política e convivência social, entre outras.
Pode-se dizer, assim, que a “ética” (ethos) são os critérios que utilizamos para decidir nossas ações visando o bem desta grande casa em que habitamos (oikós). Podemos falar efetivamente do ethos como de um universal simbólico que rege a instituição das normas, das leis, dos hábitos, das regras e dos valores tidos como significativos por um determinado grupo social-histórico. Vê-se, pois, como o ethos se liga inteiramente à dimensão do simbólico, determinando, em certo sentido, as ações humanas. Como bem expressou Lima Vaz (1993, p. 38): “o homem habita o símbolo e é exatamente como métron, como medida ou norma que o símbolo é ethos, é morada do homem”. ética surge, portanto, no momento em que é feito um apelo à iniciativa do ser humano, pressuposto que sua ação não é condicionada (inteiramente) pelo curso natural das coisas. Importa, pois, determinarmos o “lugar” da ética na atividade do ser humano. A dimensão ética da ação inscreve-se na temporalidade própria do existir: capacidade de iniciativa para forjar, por si mesmo, seu ser futuro: poder de agir, decisão fundada na deliberação.
Como já afirmamos ao iniciar esta aula, neste curso de Ética, tomaremos como definição básica que a “Ética” é a condição humano que possibilita questionar a “Moral” instituída na sociedade, visando a sua transformação.
Uma distinção “acabada” entre