Alvenaria
ANOMALIAS EM ALVENARIAS [1]]
5.1.
INTRODUÇÃO
As paredes de alvenaria constituem um dos subsistemas mais importantes presentes nos edifícios, particularmente as paredes exteriores que, separando o ambiente interior do exterior, são decisivas para o desempenho dos edifícios. Apesar desta inegável importância, as paredes exteriores, de um modo geral, são objecto de poucos cuidados, para o que contribuem as particularidades das alvenarias como elemento construtivo:
•
Constituem a tecnologia construtiva mais antiga, sendo o resultado, ao nível dos materiais e das tecnologias, da herança construtiva das regiões, o que justifica a grande diversidade de materiais e soluções;
•
Asseguram várias exigências funcionais, sendo o seu desempenho fortemente condicionado pela qualidade construtiva;
•
O estudo das alvenarias através de métodos modernos veio a ocorrer muito mais tarde do que o verificado noutros domínios da engenharia e da construção;
•
A caracterização experimental nas alvenarias é muito mais complexa e envolve em geral custos mais avultados do que noutros materiais de construção.
Estas particularidades, associadas à falta da tradição de investigar, ensinar e pormenorizar cuidadosamente as alvenarias, representam um grande obstáculo, pois estas são um dos subsistemas onde se verificam maiores desajustes de desempenho e consequentemente de anomalias. É do conhecimento geral que as paredes de alvenaria são o principal foco de anomalias nos edifícios, como é visível na figura 1, relativa a uma estatística francesa que não deve ser muito diferente do observado entre nós. Em Portugal, as anomalias mais frequentes relacionadas com as alvenarias são a fissuração de paredes exteriores e interiores, a manifestação de problemas associados à estanquidade da água e humidade, assim como, relacionadas com as anomalias referidas, a degradação dos revestimentos e acabamentos.
Os aspectos mais relevantes que estão na origem