Alvaro Campos - Ode Triunfal
Ficha de Trabalho (Tópicos de resolução)
1. Atente na primeira estrofe.
1.1. Caraterize o ambiente em que o sujeito poético se situa.
O sujeito situa-se no interior de uma fábrica iluminada por “grandes lâmpadas elétricas” e escreve sob uma tensão despoletada pela atmosfera intensa das luzes e ruídos das engrenagens das máquinas.
1.2. Explicite a relação que ele mantém com a realidade que o cerca.
Trata-se de uma relação de identificação numa simbiose entre o sujeito e o espaço circundante. Aliás, pode mesmo afirmar-se que o estado psicossomático do sujeito é consequência da panóplia de estímulos agressivos do mundo exterior. De facto, a realidade fabril moderna provoca no sujeito poético um estado febril (“Escrevo rangendo os dentes”) resultante de sensações contraditórias: a “beleza” do que o rodeia é “dolorosa”. Saliente-se que não se trata, aqui, do conceito de “beleza” tradicional, mas de uma “beleza (…) totalmente desconhecida dos antigos”. Trata-se do conceito de estética não aristotélica presente no preceito de Marinetti expresso no seu “Manifesto Futurista”: “Afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida (…) é mais belo do que a Vitòria de Samotrácia”. Nas palavras do próprio Pessoa, “A arte, (…) é como toda a atividade, um indício de força, ou energia; (…). A minha teoria estética baseia-se – ao contrário da aristotélica, que assenta na ideia de beleza – na ideia de força. (…)”. (in Álvaro de Campos, Fernando Pessoa, Obra Poética e em Prosa, Porto, Lello Irmão Ed. , 1986).
2. Atente, agora, nas segunda, terceira e quarta estrofes.
2.1. Procure, na segunda estrofe, marcas do estado febril que o sujeito poético anunciara.
Devem referir-se as seguintes passagens: “Tenho os lábios secos” (v. 10), “E arde-me a cabeça”(v. 12).
2.2. Explique as razões que estão na origem desse delírio.
Esse delírio tem origem nos “excessos” do