Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"

"Ode triunfal", Álvaro de Campos ( Páginas 83, 84 e 85 do manual de Português)

A "Ode Triunfal" é o poema que marca o surgimento do heterónimo Álvaro de Campos, na sua segunda fase, mais concretamente. Supostamente, foi elaborado em Londres, no ano de 1914, «num jacto e à máquina de escrever, sem interrupções nem emenda», de acordo com o próprio Fernando Pessoa, na carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro sobre a génese dos heterónimos. Seja como for, a ode chegou junto do público através do primeiro número do órgão do Primeiro Modernismo, a revista «Orpheu», em 1915. Logo nas cinco primeiras estrofes que se encontram na página 83, podemos encontrar marcas de modernismo, de sensacionismo e futurismo, como por exemplo, nos versos 1, 3, 4, 15, entre muitos outros. De certa forma, o sujeito poético defende um tipo de beleza não antes defendido, a máquina (as inovações tecnológicas, sendo estas referidas, constantemente, ao longo do texto poético). Com todo este drama tecnológico, o eu lírico encontra-se num estado de euforia total e de excitação perante todas as inovações ( versos 20, 25, 30, ...). O sujeito poético, com tudo que já fora referido anteriormente, dá-nos a entender que gostaria de fazer parte da própria máquina, como se fossem um só, ou seja, demonstra a influência que cada vez mais a máquina (a tecnologia) tem na vida das pessoas. O eu lírico nestas cinco estrofes, recorre, frequentemente, ao uso de onomatopeias, apóstrofes, frases exclamaticas e aliterações (versos 5, 9, 30, 41, ...). As frases exclamativas referidas anteriormente ajudam na projeção das emoções por parte do sujeito poético, tentando que o leitor consiga entender a sua emoção. O título do poema, de certa forma, dá-nos a conhecer um pouco do tema que se vai apresentar ao longo do poema. "Ode Triunfal", sugere uma espécie de homenagem a algo e, de forma irónica e sarcástica, o eu lírico demonstra isso na sua obra poética. Em suma, a relação título-poema