aluna
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Theodora Henrique Maurer Jr.
Historicismo ou Lingüística Histórica?
O estudo da Lingüística já não é simplesmente obra dos historiadores. Outros interesses, outras preocupações dominam hoje, e é natural que assim seja. Apenas é de lamentar que, às vezes, as novas pesquisas, menosprezando as grandes conquistas do passado, criem certa oposição entre os dois grupos. Estamos hoje na é o a do estudo direto, da observação pc da língua viva, realizada por um grupo muito grande de lingüistas que constitui um imenso movimento e apresenta uma variedade quase infinita de matizes, como aquela que foi apresentada hoje tão doutamente pelo Prof. Mattoso C m r â aa
Júnior. Referimo-nos ao estruturalismo ou, para usar um termo freqüente em nossos dias, à Lingüística Descritiva.
Essa tensão, esses choques se compreendem. A Lingüística da geração anterior e a do século XIX, apresentavam um caráter rigorosamente histórico, com uma estranha aversão, quase — podemos dizer assim — depreciação da observação direta da língua viva. De fato, t m é aquele movimento a bm era uma reação contra a gramática predominantemente lógica, filosófica, que tinha dominado até os fins do século XVIII.
A reação pôs de lado não apenas essa gramática defeituosa na sua elaboração e nos seus princípios, mas o próprio interesse em uma gramática descritiva, em um estudo direto da língua viva.
(*) O texto que se vai ler constitui uma transcrição das fitas magnetofônicas, sejix revisão do Autor.
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Outra razão, além da unilateralidade de preocupações do século XIX, está naturalmente em que a Lingüística Histórica daquele século chegou a constituir muitas vezes escolas. Tentava explicar o f n m n da linguagem humana e o eô eo seu comportamento no tempo. Desenvolveram-se a noção de mentalidade coletiva, as concepções organicistas de origem biológica a respeito da linguagem, e dessarte um movimento essencialmente científico acabava muitas vezes por