Alterações sistêmicas no climatério
Alterações sistêmicas no climatério
Sistemic changes in climacterium
José Mendes Aldrighi
Professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
Cláudia Maria S. Aldrighi
Ana Paula Santos Aldrighi
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Unitermos: climatério, menopausa.
Unterms: climacterium, menopausal.
Numeração de páginas na revista impressa: 15 à 21
Conceitos e endocrinologia
O climatério representa a transição gradual da fase reprodutiva para a não reprodutiva; é um período que se inicia aos 35 anos e finda aos 65 anos de idade(1).
Para nós(2), no entanto, seu início deve ser considerado a partir dos 40 anos, quando se constatam as primeiras alterações endócrinas decorrentes, não só da exaustão dos folículos ovarianos, mas também da dissincronização dos sinais neuronais no hipotálamo e sistema nervoso central(3,4).
A menopausa é conceituada como a última menstruação, conseqüente à perda total da atividade folicular ovariana; instala-se, em geral, aos 50 anos.
A perimenopausa sinaliza o período que se inicia antes da menopausa - por volta dos 45 anos - e término um ano após a menopausa(5); é na perimenopausa que ocorrem as primeiras manifestações clínicas do climatério.
Comumente, nota-se em publicações a terminologia transição menopausal; esta se refere ao período anterior à última menstruação, em que surgem as alterações menstruais e também é denominada de pré-menopausa. Entretanto, mais recentemente, a IMS (International Menopause Society) não recomenda essa denominação(6).
O processo do esgotamento ovariano se inicia na vida intra-uterina e evolui progressivamente até a menopausa. De fato, o patrimônio de folículos determinado no período fetal alcança o número de seis a oito milhões por volta de 20ª semana; por fenômeno de atresia se reduz a um a dois milhões no nascimento e a 300 mil no início da puberdade. Esses responsabilizar-se-ão pelas 300