Alquimista

Jornal Folha de S. Paulo, do dia 12 de junho de 2011
Questão 1.
Primeira parte:
Para entendermos o conceito de interpretante, necessitamos recorrer ao estudo da semiótica na comunicação. A partir dela, criamos signos que nos fazem representar as diferentes coisas que nos cercam. Esses signos, por conseguinte, nos transmitem as mais variadas ideias. Ao longo de nossas vidas, construímos um repertório exclusivo de experiências e percepções que nos fazem entender o mundo de maneiras diferentes, particulares e profundas. Os signos por nós construídos (únicos ou universais) são elementos que substituem outros com a mesma representação.
Assim sendo, ao lermos a primeira página de um jornal, o signo ali demonstrado provoca nossa mente a fazer uma interpretação de acordo com um signo em nossa “reserva de significados”. Por exemplo, na edição de 12 de junho, a Folha de S. Paulo trazia como manchete a chamada “Dilma mantém aprovação apesar de Palocci e inflação”. Àqueles que acompanham as notícias políticas diariamente e tem uma familiaridade com o tema (repertório cultural), irão de pronto entender o assunto abordado, pois os nomes “Dilma” e “Palocci” lhes são conhecido e aplicado à imagem de determinadas pessoas. Em casos de indivíduos que não tem o costume de acompanhar as vicissitudes ministeriais, os mesmos personagens lhes serão estranhos, e assim aplicará uma atenção indiferente à notícia.

Segunda parte:
Roland Barthes foi considerado estruturalista ao ver a foto como estrutura e diferente da linguagem, por ser um processo físico, químico e mecânico. A fotografia tem uma analogia, uma semelhança com aquilo que está frente à câmera, configurando um processo de denotação das imagens. Apesar de a fotografia ser uma cópia da realidade, Barthes diz que ela apresenta trucagem, pose, objeto, fotogenia, estetismo e sintaxe (fotos conversam entre si numa mesma notícia). Todos esse processos configuram uma conotação da imagem.
Surgiu assim, o paradoxo fotográfico do