Alopécia
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Alopecia areata: revisão e atualização* Alopecia areata: a revision and update*
Evandro A. Rivitti1
Resumo: Trata-se de artigo de revisão em que são analisados os aspectos clínicos, histopatológicos, etiopatogênicos e a terapêutica atual da alopecia areata. Enfatiza-se a posição nosológica atual da alopecia areata como doença auto-imune que se desenvolve em substrato genético e discutem-se os possíveis mecanismos fisiopatológicos da enfermidade, bem como os tratamentos atuais, particularmente para as formas mais graves da doença, compreendendo terapêuticas imunomoduladoras tópicas com dibutilester do ácido esquárico e difenciprona e seus possíveis mecanismos de ação. Palavras-chave: Alopecia; Alopecia em áreas; Literatura de revisão. Abstract: Nowadays alopecia areata is considered an autoimmune disease with genetic substrate. The clinical, histopathological, therapeutic and possible physiopathological mechanisms are discussed. The therapeutic approach, especially for the severe forms is considered with emphasis on the methods based on immunomodulation by drugs, diphenylcyclopropenone and squaric acid dibutylester and its possible mechanisms of action are discussed. Keywords: Alopecia; Alopecia areata; Review literature.
INTRODUÇÃO A alopecia areata (AA) é uma afecção crônica dos folículos pilosos e das unhas, de etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial com evidentes componentes auto-imunes e genéticos. Determina queda dos cabelos e/ou pêlos, por interrupção de sua síntese, sem que ocorra destruição ou atrofia dos folículos, motivo pelo qual pode ser reversível. Aspectos históricos A primeira descrição clínica da alopecia areata atribui-se a Celsius (14 a 37 a.C.),1 e a designação alopecia areata deve-se a Sauvages.2 Hebra demostrou a incorreção da hipótese de etiologia fúngica proposta por Willan e Gruby (1843). Posteriormente, Von Baresprung propôs a teoria trofoneural, e Jacquet elaborou a teoria distrófica considerando