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As novas considerações políticas de teóricos absolutistas acabaram arruinando o que restava da Escolástica (Tomismo) quanto ao governo-Estado, desmontando seu conteúdo ético, o revestimento moralista de bem comum a ser buscado pela política, segundo o qual cabia ao governante se sujeitar à Igreja, a única que conhecia o bom e o mau caminho e estava equipada para uma correta orientação.
A Igreja continuava a teimar no pensamento medieval de limitação do poder político, que já não se adaptava ao mundo moderno dinâmico que se instalava.
Os intelectuais modernos romperam com concepções, seculares, lançando os fundamentos teóricos do Absolutismo — uns, como Maquiavel, tirando a ética da política, defendendo a razão de Estado ou soberano acima de tudo, enquanto outros, como Hobbes, justificavam o Estado centralizado como produto de um contrato que não podia ser rompido entre governados e governante. Principais teóricos:
Retrato de Maquiavel, teórico absolutismoO mais importante representante de teoria absolutista foi Nicolau Maquiavel (1469-1527), membro do governo dos Médicis de Florença. Em suas obras Mandrágora, Discurso sobre a Década de Tito Lívio e O Príncipe, Maquiavel defende a supremacia de um "príncipe", de um rei para restaurar a unidade da Itália, dividida em diversas repúblicas rivais. Defendia que o soberano deveria ficar acima das considerações morais, aplicando o princípio de que "os fins justificam os meios", pois a "razão do estado" sobrepunha-se a tudo e até "a força é justa quando necessária".
Preocupado com o estabelecimento da ordem, de um Estado duradouro, o autor de O Príncipe aponta a energia do soberano, às vezes até brutal e prudentemente calculista, como vital para o sucesso do Estado. Era um