Almeida Garret
Garrett, um observador minucioso de fatos, excluindo-se o tom melodramático. O autor usa um estilo vivo, com giros e expressões coloquiais, um estilo que se molda ao pensamento no seu fazer-se, apto a sugerir leves emoções, associações fugidias, estados de devaneios, os meandros de uma nova sensibilidade. Neste romance, Garrett esta centrado em narrar uma historia, mas, ao contrario, parece estar-se afastando da historia. Esta técnica de suspensão da narrativa, sob o ritmo da emoção critica e da fineza, intelectual, denomina-se digressão.
Neste fragmento observa-se que Garrett deplora a deformação da arquitetura histórica de Portugal e critica a condição cultural portuguesa, incapaz de compreender sua tradição e sua historia.
Garrett, que se embriaga com os primores estéticos da antiga arquitetura portuguesa, defende a herança do passado e se revolta contra os novos “barões”, homens que agora apresentam a mentalidade burguesa e insensível, também representa essa cultura burguesa e progressista cujos excessos ele condena. O autor foi liberal, participou da luta pela democracia, gostava do progresso e abraçava os ideais da Revolução Francesa, como homem moderno, Garrett desejava que Portugal acompanhasse os demais países da Europa e não se furtasse a evolução. Assim, como principalmente ao patrimônio artístico e cultural, ameaçando pelo crescimento do capitalismo e da burguesia