Alma e Espírito
Na Sagrada Escritura, São Paulo faz essa distinção entre alma e espírito. A alma humana é espiritual, o que significa que ela não é material. A alma humana tem três capacidades ou potências: a capacidade de entender ou inteligência; a capacidade de querer, ou vontade; e finalmente a capacidade de sentir, ou sensibilidade.
A sensibilidade é a potência da alma que nos permite sentir de um modo diferente do corpo. Nosso corpo, através dos 5 sentidos sentem as coisas materiais. Por exemplo, sinto que um objeto é frio ou liso; sinto perfume de flores; etc.
Nossa alma sente alegria, tristeza, raiva, simpatia, tédio, etc. Estes sentimentos da alma estão sempre ligados ao corpo. Assim, se tenho notícia que minha mãe morreu sentirei tristeza tal que meu corpo verterá lágrimas. Se tenho uma notícia boa ou surpreendente, dou risada. Portanto, a sensibilidade da alma está, pois, estreitamente ligada ao nosso corpo.
É por isso que o demônio tem mais influência sobre nossa sensibilidade do que sobre nossa inteligência e vontade. Nossa inteligência e nossa vontade, embora usem o corpo, estão menos dependentes dele. É pela inteligência e vontade que temos em nós a imagem de Deus, porque, como Deus tem Inteligência e Vontade, nós também temos estas duas potências.
Por estas razões, São Paulo faz uma distinção na alma, entre a sensibilidade - que é mais ligada à matéria - e nossa inteligência e vontade, que ele chama de espírito, por serem menos dependentes da matéria. Nesse sentido é que São Paulo diz que a palavra de Deus é como uma espada de dois gumes que penetra entre a alma e o espírito, isto é, entre a sensibilidade (alma) e a inteligência e vontade (espírito).