Alimentação caprinos e ovinos
Animais em pastejo são seletivos em escolher o que irão consumir e, geralmente, levam em consideração a qualidade da forragem em detrimento da quantidade de biomassa disponível. Segundo o NRC (2007), os animais priorizam plantas ou partes da planta que apresentam maior digestibilidade, maior concentração de proteína e baixa presença de compostos secundários. Desta forma, a planta forrageira utilizada, bem como a estrutura do pasto, interfere diretamente na atividade de pastejo ao longo do dia e no desempenho dos animais.
Os caprinos são mais seletivos que os ovinos e estes que os bovinos, o que altera o comportamento ingestivo dos animais e a maneira que estes exploram a ambiente do pasto. As razões pelas quais os ovinos e caprinos selecionam uma dada planta, ou parte dela, estão relacionadas aos parâmetros morfológicos como tamanho do corpo, capacidade do estômago, peso do animal, tamanho da boca e anatomia labial. Diferentemente dos bovinos, os ovinos e caprinos apresentam mobilidade dos lábios superiores, o que facilita a apreensão de partes selecionadas das forragens. Além disso, a utilização conjunta dos lábios, dentes e língua possibilita a realização de pastejo rente ao solo. Os bovinos utilizam a língua como principal órgão de apreensão dos alimentos, por isto apresentam certa dificuldade na apreensão de partes menores das forragens, tornando a seleção menos eficiente. Carnevalli et al. (2000) avaliaram o comportamento ingestivo de ovinos submetidos à pastagem de "florakirk" e verificaram altas proporções de folhas em relação a hastes na composição morfológica da forragem consumida.
Sabe-se que os ovinos e caprinos não pastejam