Alienação
O tema da “alienação” é antigo na filosofia, mas pode-se dizer que a sua importância enquanto conceito para compreender processos sociais e humanos começou com Hegel…
Mas foi a interpretação feita por Karl Marx que deu a enorme força que o conceito teria nos debates em torno do lugar do sujeito (ser humano) na modernidade e no capitalismo.
Alienação significa “estranhamento”. Para Hegel, não existe contradição entre consciência e alienação, pois é preciso se alienar para que se tenha consciência. Ou seja, quando tomamos consciência da existência das coisas que nos são exteriores e portanto estranhas, tornamo-nos conscientes delas.
Para Hegel a alienação é um processo humano universal independente da história.
Mas Marx dirá que a alienação ocorre quando perdemos o controle sobre as coisas que nos cercam. Ou seja, quando estas coisas se tornam independentes e passam à dominar o sujeito.
Marx analisa este processo no contexto da produção econômica antes e depois da revolução industrial. Antes o artesão dominava as coisas através de seu conhecimento e trabalho. Mas na fábrica, ele é alienado daquilo que produz, o operário não se reconhece no produto do seu trabalho, que se torna um fetiche (um fantasma).
Este debate feito por Marx com Hegels motivou inúmeros outros pensadores à analisar o lugar do indivíduo no capitalismo e a modernidade em termos de alienação.
De maneira geral, o conceito se tornou popular por descrever um distanciamento entre os indivíduos e a realidade, onde o mundo se torna cada vez mais estranho e exterior, em contraste com uma visão romântica do selvagem que viveria em proximidade e equilíbrio com a natureza.
Pode-se dizer que um ser alienado é aquele que perdeu o controle sobre o próprio destino e que não enxerga a realidade como ela é, mas através de fantasias. O alienado não é um ou outro, os alienados somos todos nós, que dependemos de um sistema exterior que não compreendemos.
Para vencer a alienação, é preciso o espírito